Wilson Filho terá que se cercar de técnicos e se blindar do assédio político
O novo secretário de Educação da Paraíba, o deputado Wilson Filho (Republicanos), assume, nesta quinta-feira (13), a pasta mais “rica” da gestão estadual.
De acordo com orçamento previsto para este ano, 25,76% da receita corrente líquida são destinados à educação, o que corresponde a R$ 4,1 bilhões. Fora outros repasses do governo federal. O orçamento do estado é de quase R$ 20 bi.
Wilson será o primeiro político depois de uma sequência de técnicos, à frente da pasta, nos últimos 15 anos.
Passaram por lá, os professores Antônio Roberto, Claudio Furtado (no governo João Azevêdo), Aléssio Trindade, Afonso Celso Scocuglia, Márcia Lucena – técnica com DNA político (no governo Ricardo Coutinho).
Wilson tem afinidade com a área, se for levado em conta a relação com a Educação na atuação política em Brasília e na Paraíba. Mas não é um “nativo”.
Por isso, terá que se cercar de bom quadro técnico, com bom planejamento, foco, eficiência, para melhorar os índices de Educação do estado.
Vale lembrar que temos taxa de analfabetismo alta (3º do país- 417 mil pessoas), distorção idade série alta, baixo aprendizado em português e matemática.
Importante destacar que houve avanços nos últimos anos, mas não o suficiente para nos colocar numa situação confortável.
Sobre infraestrutura, muitas reclamações de falta de climatização e deficiência ensino-aprendizagem das escolas de tempo integral.
É fato que as unidades aumentaram também, porém, segundo estudantes, professores e o sindicado, o funcionamento ainda deixa a desejar em muitas localidades.
Por outro lado, se seu DNA político pode ajudar nas negociações, será uma armadilha se não se proteger das pressões dos pares de partido e de base. Já na posse, o assédio vai começar com muita força.
Uma pasta rica como a Educação será alvo de muitos pedidos de cargo, de contratos bons e ruins. Projetos milionários necessários e desnecessários irão brotar no gabinete e um escorregão significa problemas judiciais para o resto da vida.
Wilson Filho vai colocar no currículo um cargo muito importante. Uma boa passagem abre espaço para outros sonhos no Executivo. Uma péssima passagem vai trazer problemas para os projetos futuros. É o risco.
Em resumo, terá que se cercar de bons técnicos para apresentar bons resultados e se blindar do assédio político que vai trazer inimigos e novos “parceiros”, todos de olho no dinheiro da caneta bilionária que estará nas suas mãos.