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Em carta, Cida Ramos desautoriza inclusão de nome em pesquisa do PT em João Pessoa

Cida Ramos em entrevista à Rádio CBN. Felipe Nunes

A deputada estadual Cida Ramos desautorizou, nesta segunda-feira (10), a inclusão de seu nome em pesquisa do Partido dos Trabalhadores (PT) para a definição de quem vai disputar a Prefeitura de João Pessoa nas eleições de 2024. O movimento acontece em meio a discordâncias sobre o instrumento de definição da pré-candidatura.

Em carta enviada aos membros do Grupo de Trabalho Eleitoral do Diretório Nacional, e compartilhada com a CBN João Pessoa no início da tarde, a parlamentar disse que, “depois de amplas consultas à lideranças petistas, não autorizar” que seu nome seja aposto em qualquer pesquisa com a finalidade de aferir quem será o candidato a prefeito do PT.

“Volto a repetir: confio no projeto do PT, respeito suas instâncias e as deliberações, mas não aceito ser desrespeitada nem aceito que desrespeitem os dirigentes do PT da Paraíba e de João Pessoa”, disse a deputada na nota.

Na carta, Cida faz referência ao deputado Luciano Cartaxo, que disputa internamente a vaga de pré-candidato a Prefeitura de João Pessoa, e critica a postura do colega de partido. Desde quando se colocou na disputa, em 2023, Cida defendia que o nome fosse definido por meio de prévias.

Mais cedo, Cida Ramos se ausentou de uma reunião com membros da Executiva Nacional, em que o partido bateu o martelo sobre o instituto que vai realizar a pesquisa em João Pessoa.

“Mais uma vez, o outro pré-candidato desrespeitou as instâncias, não atendeu nem participou das reuniões preliminares de preparação da pesquisa. E, o que considero um insulto aos dirigentes do PT da Paraíba, só aceita a realização da pesquisa se a mesma for feita por um instituto indicado por ele”, escreveu Cida.

Confira, a seguir, a carta divulgada pela deputada Cida Ramos

Aos membros do Grupo de Trabalho Eleitoral PT-DN:

Continuo a acreditar no projeto de defesa da democracia que o PT lidera no Brasil, hoje, e na democracia interna que transformou o PT numa referência de democracia partidária avessa ao poder de coronéis da política. Foram essas convicções e com o amplo apoio da militância do PT de João Pessoa que me levaram a lançar meu nome a disputa pela Prefeitura de João Pessoa.

Durante o percurso entre o lançamento de minha pré-candidatura e a escrita dessa carta, tenho orgulho de dizer que segui todas as regras e prazos partidários e aceitei todas as decisões provenientes das instâncias superiores do Partido dos Trabalhadores. Aceitei que as regras estabelecidas pelo Diretório Nacional que definem, sem subterfúgios, que a escolha das candidaturas à prefeitura seria feita com base em parâmetros que incluem um momento de necessária e imprescindível consulta aos filiados e dirigentes do partido, em todas as cidades e em João Pessoa, através de prévias, caso não haja acordos entre os pré-candidatos postulantes ao cargo de Prefeito.

Porém, em nossa cidade, o outro postulante se negou a aceitar as regras consuetudinárias que transformaram, historicamente, o PT em exemplo de democracia partidária no Brasil. Desistiu das prévias e depois buscou, surpreendentemente, um sinuoso protocolo visando se transformar em candidato do partido, mesmo sem o apoio das instâncias locais e da maioria da militância do PT.

Ainda assim, fracassado o primeiro processo de escolha, aceitei a realização de um novo processo, qual seja, a abertura de um prazo excepcional para que ele se inscrevesse e novas prévias se realizassem. Novamente, o outro pré-candidato não aceitou disputar, como aconteceu em todo Brasil, a exemplo de Fortaleza.

Por fim, foi sugerido pelo Grupo de Trabalho Eleitoral a realização de uma pesquisa para verificar a situação de momento dos postulantes do PT. Ficou estabelecido que as direções estadual e municipal, mais as representações dos pré-candidatos, sugeririam institutos para a realização de pesquisas quantitativas e qualitativas. Mais uma vez, o outro pré-candidato desrespeitou as instâncias, não atendeu nem participou das reuniões preliminares de preparação da pesquisa. E, o que considero um insulto aos dirigentes do PT da Paraíba, só aceita a realização da pesquisa se a mesma for feita por um instituto indicado por ele.

Em razão desses acontecimentos, decidi depois de amplas consultas à lideranças petistas, não autorizar que meu nome seja aposto em qualquer pesquisa com a finalidade de aferir quem será o candidato a prefeito do PT em João Pessoa. Como sempre, reivindico que as resoluções e o estatuto do partido sejam respeitados. Volto a repetir: confio no projeto do PT, respeito suas instâncias e as deliberações, mas não aceito ser desrespeitada nem aceito que desrespeitem os dirigentes do PT da Paraíba e de João Pessoa. Não abro mão dos meus princípios, que coincidem com os princípios que fizeram do PT – repita-se – o mais importante e popular partido brasileiro.

João Pessoa, 10 de junho de 2024

Deputada Cida Ramos – PT

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